"O egoísmo humano é uma coisa estranha: a dor que dói é a minha e a dos outros é manha."
segunda-feira, 22 de maio de 2017
quarta-feira, 17 de maio de 2017
Ted Mosby
Às vezes sinto que ninguém me enxerga como sou de verdade. As linhas excêntricas que molda minhas particularidades profundas, justamente porque, de qualquer forma, mesmo que tenha várias pessoas incríveis ao meu redor e que me sinta muito melhor do que anos atrás, eu nasci fora de qualquer padronização cabível de uma geração que desiste de tudo e todos e não acredita em nada. Hoje eu estava assistindo How I Met Your Mother e me perguntando porque gosto tanto de Ted Mosby, e entendi o porquê. Eu gosto muito de Ted Mosby porque ele é o retrato falado do que eu já fui e acabei deixando pra trás pelo fato indiscutível de que a vida real é muito bruta. As pessoas costumam chamá-lo de trouxa, eu chamo de corajoso. O que é engraçado, porque os outros me enxergam como uma pessoa corajosa. Mas a coragem dele está concentrado em acreditar em pessoas e situações inacreditáveis. Hoje eu não consigo acreditar em muita coisa e nem ninguém. Me sinto muito mais segura assim, porém não deixa de ser triste. Triste porque, uma das minhas particularidades profundas, é que eu continuo sendo alguém que sente tudo tão intensamente que só prefere deixar as pessoas um pouco afastadas pra não correr o risco de dar errado ou tudo sair fora do meu controle. Não quero tentar. Não quero insistir. Não quero ser Ted Mosby, porque a vida real não me permite ser.
quinta-feira, 11 de maio de 2017
novos baianos.
Sempre observo suas sardinhas com precisão enquanto você fala cada frase sem pausas com o sorriso mais encantador do mundo. Eu olho pra você e não tenho muito como explicar, mas só sei que me traz paz. Você é definitivamente a pessoa que faz com que tenha vontade de ser quem eu sou de verdade. Simplesmente é a personificação daquela frase clichê de "viva cada minuto como se fosse o último", saiba que eu não acreditava muito nisso até te conhecer e observar suas lentes sobre o mundo, que mais me parece de uma criança sapeca que gosta de descobrir tudo, que se encanta com cada uma dessas descobertas. Encara o mundo como uma caixinha de surpresa e gosta de explorar e extrair absolutamente tudo que pode estar ao seu alcance, e o que não puder também, porque faz estar. Fácil, sem precisar chorar ou gritar, só sendo autenticamente quem é. Uma das coisas mais bonitas do mundo é entender que você passou por tanta coisa que está bem longe de ser leve e ainda continua vendo a vida de maneira tão bonita, então olha, eu vou cantar uma canção pra você ouvir e resumir a forma como eu enxergo o mundo quando você está por perto: "não se assuste pessoa, se eu lhe disser que a vida é boa".
terça-feira, 2 de maio de 2017
Quem gostariam que eu fosse.
Ultimamente eu tenho me sentido tão bem como não me sentia em anos, mas hoje, especialmente, parece que tudo desmoronou um pouquinho, e fico feliz em poder chorar baixinho sabendo que amanhã isso vai acabar. Eu aprendi a me amar pra caralho, cada pedacinho, entender meus defeitos (apesar de ser difícil), observar minhas qualidades e particularidades, pensar muito, mas de maneira coesa e respeitosa comigo mesma... Porém, infelizmente, tem dias como hoje que eu só não queria ser eu, sim, essa é a pessoa que "ama ser diferente de todos aqueles patéticos sem personalidade" (como eu definia na aborrecência, rs) finalmente admitindo que tem dias nos quais eu não me orgulho de quem sou e só queria ser quem gostariam que eu fosse porque tudo seria mais fácil e tranquilo. Talvez eu poderia estar em um serviço em rio preto ainda, fazendo uma faculdade, tendo uma boa relação com a minha família, quem sabe um namorado e teria uma vida mediana, talvez feliz achando que tudo isso era o máximo que poderia alcançar e o que me cabia. Mas não, eu sou uma adulta que não trabalha porque resolveu morar fora e estudar em uma faculdade pública mesmo com toda sua família te chamando de louca, não tenho uma boa relação com eles porque somos incompatíveis e nunca vou chegar ter um namorado. E sabe, eu vivi histórias incríveis com a minha decisão, conheci tanta gente maravilhosa que me fez entender que tá tudo bem ser exatamente assim do jeitinho que eu sou. Me conheci tanto, fui em tantos lugares, descobri os meus maiores pontos de prazer e felicidade, cresci intelectualmente e psicologicamente, mas infelizmente, ainda tem dias como hoje. Só que tudo bem, amanhã isso vai passar. E é tão bom ter essa convicção.
domingo, 16 de abril de 2017
O inimigo.
Ontem eu tinha 13 anos quando o mundo me pesava tanto. Não conseguia entender nada. Qual o motivo do mundo ser assim? Não é possível. N-ã-o é p-o-s-s-í-v-e-l. Pensava que quando conseguisse entender seria a minha destruição. Hoje eu entendo tanto, muito mais do que eu pensei que conseguiria e não posso dizer que me agrada, mas me fez diminuir o peso da culpa, e quando digo isso não é uma daquelas frases de conformados porque, sinceramente, se tem uma coisa na qual tenho certeza que nunca serei na minha vida é isso. Talvez uma das minhas poucas certezas. É só porque hoje consigo enxergar o verdadeiro inimigo, e embora saiba que não irei viver tempo o suficiente pra destruí-lo hoje eu acredito tanto na humanidade. Acredito tanto que a gente pode ser muito mais do que isso. Acredito tanto que somos capazes de nos ampliar enquanto seres humanos quando o inimigo real for destruído. Eu lutarei durante toda minha existência por isso, porque é o que me mantem viva, mas dentro dessas nuances eu vou vivendo minha vida tentando faze-la leve, porque honestamente, eu, você, nós merecemos... Nós merecemos sim!
sábado, 15 de abril de 2017
Equilíbrio.
Já falei tanto em equilíbrio
Mas hoje te confidencio
Que em essência
Eu sou oito ou oitenta
segunda-feira, 10 de abril de 2017
O monstro.
Hoje não vai dar pra olhar você "por dentro". Hoje e nem nunca mais. Me recuso. Não. Não é. Não é justo. Nunca achei que laços sanguíneos fossem suficientes para as pessoas se amarem, e eu em realidade só tive isso com você: Laços sanguíneos. Não tive convivência, não tive afinidades, não tive ideias complementares. Somente e simplesmente te amei, tinha a mania de tentar te enxergar pra além do óbvio e não achava certo dizer que você era um monstro. Mesmo que fosse essa a versão que eu escutei enquanto crescia. Mesmo que tudo por dentro doesse por você ser como é. Não, ele não é um monstro. Eu jamais poderia amar um monstro. Você me pesava porque eu sentia que se prendia demais dentro do que sentia. Acontece que você pode até ser uma pessoa perdida só que, definitivamente, não quer se encontrar. Não sei se porque tem medo de se encarar ou porque, no final das contas você é mesmo um monstro. Não falo isso como uma daquelas formas de categorizar pessoas entre boas e ruins, é só uma tentativa de dizer que não somos muito além do que FAZEMOS e você é daquele tipo que devastou tudo à sua frente, durante toda uma vida, e nem ao menos percebe ou sente remorso por isso. Você devastou minha mãe, você quase me destruiu, destruiu os seus outros filhos e sua esposa. Você destrói, e não tem absolutamente nada que eu possa falar ou tentar justificar. Suas dores não justificam, seus traumas, a forma como você é perdido e não consegue se encontrar nunca. Nada. Nada. NADA. Eu só queria entender porque eu consegui amar você desse jeito. Eu queria muito te consertar, mesmo sabendo que não iria aceitar. Eu queria te abandonar. Eu queria te tirar de mim. É tóxico. É péssimo. Pensei que o tempo faria passar, mas não passa. Nunca passa. Sempre volta. Queria tirar da cabeça aquela sua imagem no retrovisor chorando porque ia me levar embora na primeira vez que fui passar férias na sua casa. Queria tirar a imagem de você chorando naquele aniversário de janeiro falando que me amava. Queria tirar da cabeça a imagem da gente tomando cerveja na pizzaria enquanto você tinha os olhos lacrimejando falando sobre seu pai ter morrido muito cedo. Eu queria te apagar de mim. Você quase fez eu ser uma pessoa ruim. Quase. Mas não conseguiu. Só que eu ainda continuo querendo te tirar de mim.
domingo, 26 de março de 2017
I.
Sempre acreditei que eu só era capaz de ter ligações profundas com quem estivesse mentalmente conectado comigo, nem mesmo laços familiares eram cartas marcadas pra isso e a vida inteira foi assim, daí você veio e desmistificou tudo. Porque você é dessas pessoas que simplesmente SÃO e nem ao menos possui a real dimensão disso. Só. Sem grandes tentativas de fundamentações ou conotações poéticas. Você vive me dizendo que se considera uma pessoa difícil demais, mas eu te leio fácil e por vezes até me assusto por tamanha simplicidade de leitura. Gostaria de pedir pra que você continuasse tendo esse coração tão aberto e agradecer por me ensinar que isso não é fraqueza, muito do contrário, é de uma coragem absurda. Sou muito grata pela vida ter me permitido encontrar você e me fazer crescer. Te amo, muito. Você é a família que eu escolhi.
quarta-feira, 22 de março de 2017
Minha favorita.
A gente costuma esquecer das coisas, mesmo sem querer. Mesmo não realmente esquecendo, só deixamos no nosso subconsciente e seguimos. Hoje enquanto eu te falava sobre como energias são coisas reais e de que forma elas podem ser incompatíveis muitas vezes, você ria, ria muito e me lembrou daquela tempo em que a gente fazia pic-nic no terreirão, em uma sombra bem grande de uma árvore na qual eu vivia subindo pra aprontar, e ah, de frente a gente tinha à vista de uma casinha de madeira na qual eu sempre ia com as minhas primas pra ler histórias na rede de balanço, e eu também usava esse mesmo lugar pra beijar meu primeiro namorado mesmo achando tudo isso nojento demais. É que eu amava ganhar flores mesmo que isso significasse ter que beijar de língua. Sério. Me recordei também de você me levando café da manhã na cama que eu cobria com vel pra não ser comida pelos pernilongos à noite, e de como foi difícil me acostumar a não ter esse mimo quando voltei a morar com a mamãe. Divaguei sobre a gente observando as estrelas no céu e nomeando elas na cadeira de balanço enquanto você ouvia Roberto Carlos na TV, e obviamente, tive uma fotografia nítida de quando tomávamos água de coco escondidas igual duas crianças e depois jogávamos a prova do crime bem longe, e eu era uma criança, e você se tornava uma dentro do nosso universo incrível. A mamãe vivia me dizendo também que não entendia a paciência que você tinha comigo, porque era algo que não teve com nenhum filho. Sabe... Às vezes eu esqueço os motivos de você ainda dizer "você é a minha favorita", porque parece que o tempo passou e eu te decepcionei de tantas formas que nem da pra acreditar que essas palavras ainda sejam verdadeiras e não mera força do hábito, mas hoje enquanto eu olhava aquela sua gargalhada gostosa eu pude reparar que não tem espaço ou tempo que faça nossa conexão ir embora. Só escrevi pra dizer que eu te amo muito e que você também é uma das minhas pessoas favoritas do mundo.
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