segunda-feira, 24 de junho de 2019

Fim. Game over. Ouça o meu lamento.

Sempre odiei finais. Lembro que quando era criança e alguém brincava comigo com alguma brincadeira nova logo já dizia: amanhã vamos brincar novamente disso também, né? Era de lei. Parecia que as coisas não podiam não acontecer novamente senão eu ia me doer inteira.
Eu fiquei muito tempo dentro de uma bolha emocional onde me defendia de tudo porque sou sensível demais e racional demais ao mesmo tempo. E isso... isso simplesmente não me faz sentido. Mas é assim.
Parece que foi ontem que eu te conheci, você estava ao lado de uma caixa de som dos sindicatos. Tudo aconteceu depressa, até minhas negações internas, minha desconstrução rumo a me permitir viver e sentir.
Eu lembro do seu coração me pedindo calma dentro das minhas afobações. Os chás, violão, sopas, cochilo na rede e beijo na chuva. Lembro de abrir meu coração em sentir medo de ficar, de me entregar e da irracionalidade. O meu problema diário é que eu quero demais te esquecer, mas eu não quero. Eu tenho medo de não lembrar, eu tenho medo de um dia eu olhar pra trás e não ver sentido em absolutamente tudo isso que sinto hoje. Porque por um minuto eu pensei que você era o amor da minha vida, até eu perceber que amores da vida não existem e que amor não é suficiente pra quase nada.