domingo, 19 de fevereiro de 2017

Sentir.

O tempo faz a gente aprender muito sobre nós mesmos, o que eu aprendi sobre mim é que sou um poço de insegurança. O que aprendi sobre mim é que eu gosto muito de viver e quebrar barreiras mentais e físicas, mas quando se trata de emoções eu sou medrosa. Medrosa pra caralho. Só que o tempo nos traz verdades para que possamos ser mais gentis com o mundo e com nós mesmos, entendi também que quebrar barreiras emocionais é incrível, porque mesmo que pareça que dói cem vezes mais em mim do que ao resto do mundo, faz crescer. A gente pode viver coisas incríveis ao se abrir emocionalmente, ao tentar, ao falar o quanto alguém é incrível e não se privar disso por medo de não receber a mesma resposta. Ao chorar muito quando sentir vontade. Ao rir. Não é fácil como escrever um texto assim, mas eu juro, juro, que estou tentando ferozmente.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Militância da pós-modernidade.

Eu cheguei na Universidade acreditando demais que as pessoas fossem aquilo que elas diziam defender, aquela ingenuidade de quem viveu a vida inteira dentro de sistemas pragmáticos e de pessoas que - bem ou mal - cumpriam suas normas muito bem e eram previsíveis. Hoje eu enxergo as coisas de outra forma, a prática é o critério da verdade. Em vários momentos, ou reformulando; o tempo todo eu encontro discursos e pessoas que se consideram inteligentes demais, mas que não possuem um pingo de parecer prático. Que fazem falas bonitinhas para serem aplaudidos, mas quando encontra o amigo triste nem liga. Que faz textão problematizando no facebook, porém não se preocupa em nenhum momento com as pessoas que o cercam, em se tornar alguém melhor para elas e fazer coisas práticas para mudar o mundo no qual vivem falando - apenas discursivamente, porque, pasmem, é bonito - que é ruim. Pessoas que sabe falar dentro do sarau Universitário sobre os diversos livros e vivências (baseado em características toscas) que obtêm, mas não conseguem dialogar com o morador de rua, não querem mais falar com seus pais esquecendo-se que, muitas vezes, ele nem ter acesso ao seu conhecimento tão avançado no qual é necessário até criar muros. "Cale-se se você não concorda comigo" "Eu sou homossexual/negro/mulher então eu estou certo e você está errado, chega de questionamentos". Não existe debates dentro da esquerda pós-moderna, existe estrelinha. Não existe ação direta contra as estruturas que mantém a liberdade dos seres humanos limitadas, existe fotinho com a ciranda da revolução.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Empírico.

Um dia me perguntaram o que eu mais gostava em você e respondi algo no qual durante toda minha vida condenei nas pessoas: "Ela é uma pessoa empírica". Acontece que não tenho uma lembrança anterior de quem eu possa ter sido antes de me tornar a pessoa que pensa demais sobre tudo e que torna as coisas tão difíceis, absolutamente. Mas foi com você que eu entendi que a gente tem que se escutar de dentro pra fora também, só fazer aquilo que estamos sentindo na hora sem procurar razões e nem se punir por isso, e não estou aqui pra dizer que hoje em dia eu só quero viver e ignorar o pensar, o refletir, porque não... Sabe, eu amo ser assim, só é maravilhoso entender que não devemos carregar o mundo nas costas e nos permitir ser quem realmente somos. É incrível se escutar, é bonito demais entender que os seus atos inconscientes também são parte daquilo que você é. É absolutamente valoroso enxergar as coisas ruins, mas também as coisas boas que o mundo possui.