domingo, 16 de abril de 2017

O inimigo.

Ontem eu tinha 13 anos quando o mundo me pesava tanto. Não conseguia entender nada. Qual o motivo do mundo ser assim? Não é possível. N-ã-o é p-o-s-s-í-v-e-l. Pensava que quando conseguisse entender seria a minha destruição. Hoje eu entendo tanto, muito mais do que eu pensei que conseguiria e não posso dizer que me agrada, mas me fez diminuir o peso da culpa, e quando digo isso não é uma daquelas frases de conformados porque, sinceramente, se tem uma coisa na qual tenho certeza que nunca serei na minha vida é isso. Talvez uma das minhas poucas certezas. É só porque hoje consigo enxergar o verdadeiro inimigo, e embora saiba que não irei viver tempo o suficiente pra destruí-lo hoje eu acredito tanto na humanidade. Acredito tanto que a gente pode ser muito mais do que isso. Acredito tanto que somos capazes de nos ampliar enquanto seres humanos quando o inimigo real for destruído. Eu lutarei durante toda minha existência por isso, porque é o que me mantem viva, mas dentro dessas nuances eu vou vivendo minha vida tentando faze-la leve, porque honestamente, eu, você, nós merecemos... Nós merecemos sim! 

sábado, 15 de abril de 2017

Equilíbrio.

Já falei tanto em equilíbrio 
Mas hoje te confidencio 
Que em essência 
Eu sou oito ou oitenta

segunda-feira, 10 de abril de 2017


O monstro.

Hoje não vai dar pra olhar você "por dentro". Hoje e nem nunca mais. Me recuso. Não. Não é. Não é justo. Nunca achei que laços sanguíneos fossem suficientes para as pessoas se amarem, e eu em realidade só tive isso com você: Laços sanguíneos. Não tive convivência, não tive afinidades, não tive ideias complementares. Somente e simplesmente te amei, tinha a mania de tentar te enxergar pra além do óbvio e não achava certo dizer que você era um monstro. Mesmo que fosse essa a versão que eu escutei enquanto crescia. Mesmo que tudo por dentro doesse por você ser como é. Não, ele não é um monstro. Eu jamais poderia amar um monstro. Você me pesava porque eu sentia que se prendia demais dentro do que sentia. Acontece que você pode até ser uma pessoa perdida só que, definitivamente, não quer se encontrar. Não sei se porque tem medo de se encarar ou porque, no final das contas você é mesmo um monstro. Não falo isso como uma daquelas formas de categorizar pessoas entre boas e ruins, é só uma tentativa de dizer que não somos muito além do que FAZEMOS e você é daquele tipo que devastou tudo à sua frente, durante toda uma vida, e nem ao menos percebe ou sente remorso por isso. Você devastou minha mãe, você quase me destruiu, destruiu os seus outros filhos e sua esposa. Você destrói, e não tem absolutamente nada que eu possa falar ou tentar justificar. Suas dores não justificam, seus traumas, a forma como você é perdido e não consegue se encontrar nunca. Nada. Nada. NADA. Eu só queria entender porque eu consegui amar você desse jeito. Eu queria muito te consertar, mesmo sabendo que não iria aceitar. Eu queria te abandonar. Eu queria te tirar de mim. É tóxico. É péssimo. Pensei que o tempo faria passar, mas não passa. Nunca passa. Sempre volta. Queria tirar da cabeça aquela sua imagem no retrovisor chorando porque ia me levar embora na primeira vez que fui passar férias na sua casa. Queria tirar a imagem de você chorando naquele aniversário de janeiro falando que me amava. Queria tirar da cabeça a imagem da gente tomando cerveja na pizzaria enquanto você tinha os olhos lacrimejando falando sobre seu pai ter morrido muito cedo. Eu queria te apagar de mim. Você quase fez eu ser uma pessoa ruim. Quase. Mas não conseguiu. Só que eu ainda continuo querendo te tirar de mim.