sexta-feira, 30 de setembro de 2016

N de Navio, não A de Aquário.

Costumava olhar seu cabelo bem preto e suas bochechas grandes na mesma proporção que seu sorriso e contorno dos olhos mas, muito além disso, costumava também olhar sua inteligência, seu esforço e estranheza. Eu não sei o que você foi, só sei que foi algo importante. E, finalmente, depois de tanto tempo ter a certeza das minhas dúvidas foi algo gratificante. Poder tê-la em minha vida depois de tudo é o que queria, não preciso dizer, preciso estar e sempre estive. É estranho que você não saiba que seja assim, e o mais estranho ainda é que dentro de mim não aja nenhum vestígio de mágoa.

sobre vida e morte.

Um dia dessa semana estava voltando pra casa em torno de umas quatro horas da tarde quando encontrei na portaria uma colega de sala chorando desesperada, indaguei sem entender o motivo daquilo e ela me disse em meio aos soluços "meu pai morreu"... Fiquei paralisada sem reação, até que uma amiga atrás dela em linguagem labial disse "abraça", abracei e fiquei ali meio perplexa. Não temos o costume de conversar, pois mesmo morando no mesmo prédio somos muito diferentes. Mas me lembro frequentemente de ir buscar sal, açúcar, e das milhares de vezes no ano passado quando ainda íamos pra aula juntas e dela falando sobre o pai, o quanto ele era sua referência e sentia orgulho dele, falava dando risada sobre as indagações dele sobre o beco estar fechado no domingo em que ele veio visitá-la na cidade. Não deixei de me perguntar internamente "quanto a gente vale nesse mundo?", estamos aqui e podemos não estar à qualquer momento, podemos perder quem amamos pra sempre à qualquer hora, nada é estável ou imutável. Não deixe de viver sua vida como se não houvesse amanhã, e nem deixe de falar o quanto você ama alguém.

domingo, 25 de setembro de 2016

O amor não é uma questão de merecimento.

sobre mágoa.

Quando era bem novinha descobri a razão dos meus pais terem se separado. Foi uma das verdades que mais me atingiu na pré e adolescência, não conseguia aceitar (não a separação, já superada, mas o MOTIVO principal). Pensei, pensei, pensei... Guardei no fundo do meu ser mágoa de coisas que até tentei não guardar. A vida é uma peça de comédia muitas vezes, mesmo que na verdade, no fundo, no fundo, a gente queira mesmo é chorar. Não queria amar meu pai, não queria gostar da mulher dele, ao mesmo tempo em que queria superar tudo. Daí o mundo vai girando, girando, até que a vida te coloca à frente de uma pessoa que tem a personalidade muito parecida com a do seu pai, e você se apaixona por ela. Você amplia universos, entende pessoas depois de anos, começa a mexer em sentimentos nos quais você nem mesmo gostava. Ás vezes algumas coisas acontecem pra te dar milhões de lições que você precisava aprender, não estou jogando a culpa no destino, não acredito mais nisso, mas que toda essa situação se encaixou como um imerso quebra cabeça não há como negar. Só que mesmo com todas essas lições, percebi que ainda não perdoei de fato. É que, sabe... Não entendo o que as pessoas entendem por ter filhos, parece mais uma coisa mecânica: casar, ter filhos, ser bem sucedido, coisa e tal... Ninguém para pra pensar "eu realmente sirvo pra ser pai/mãe?" "eu vou estar aqui quando essa pessoa precisar?" "eu vou amá-la como ela merece?", sei que esses pensamentos parecem egoístas, só que tenho pra mim que nada é mais egoísta do que colocar um ser humano ao mundo apenas porque é essa a escala da vida. Não, não tem que ser. É extremamente injusto que você condene alguém a sentimentos que nunca poderá superar mesmo que, em avanço, consiga entender.

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

YIN YANG,


Vou abrir com o yin yang, é assim que começo o texto falando sobre a melhor amizade que Londrina me deu. Durante muito tempo andei calada, até que encontrei (na vida real) alguém que enxergasse o mundo como eu e, para além disso, que pudesse ficar durante horas falando sobre coisas extremamente loucas aos olhos de muitos. Falar sobre o peso do mundo. A busca da verdade, ou a falta dela. O sentido das coisas. O equilíbrio que tanto falamos, assim como essa imagem exemplifica bem. Saiba que no meio desse mundo líquido e da minha visão realista (por vezes pessimista, estou aqui finalmente assumindo), você é uma das únicas coisas que eu sei e tenho a esperança de que seja permanente depois que essa fase passar. Obrigada por me ouvir e por me entender, por saber ser porra louca e ao mesmo tempo responsável e ter direções, por se questionar, por tentar aprender sempre e se permitir ampliar enquanto ser humano. Te admiro demais, e sou muito grata em tê-la em minha vida. Saiba que se você estiver caindo estarei aqui pra te levantar, uma, duas, três (...) mil vezes. E você já ocupou um lugar em minha vida insubstituível, eu sei que você sabe que essa frase pra mim significa muito.

I LOV U

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

olá setembro, meu velho amigo.

setembro. lembro bem da ponte que atravessei durante esses 12 meses até aqui, e posso dizer que me reconheço muito pouco e... ainda bem. ainda bem que a gente vive, erra, acerta, sente, ri, chora, se reinventa, se recupera e depois pode tentar tudo de novo mesmo que, às vezes, olhar pro que passou possa ser um tanto doído. a vida é um eterno ciclo, e isso não deve doer, deve ser lindo porque nada precisa ser pra sempre pra ser precioso e se tornar parte do que você é.