quarta-feira, 22 de março de 2017

Minha favorita.

A gente costuma esquecer das coisas, mesmo sem querer. Mesmo não realmente esquecendo, só deixamos no nosso subconsciente e seguimos. Hoje enquanto eu te falava sobre como energias são coisas reais e de que forma elas podem ser incompatíveis muitas vezes, você ria, ria muito e me lembrou daquela tempo em que a gente fazia pic-nic no terreirão, em uma sombra bem grande de uma árvore na qual eu vivia subindo pra aprontar, e ah, de frente a gente tinha à vista de uma casinha de madeira na qual eu sempre ia com as minhas primas pra ler histórias na rede de balanço, e eu também usava esse mesmo lugar pra beijar meu primeiro namorado mesmo achando tudo isso nojento demais. É que eu amava ganhar flores mesmo que isso significasse ter que beijar de língua. Sério. Me recordei também de você me levando café da manhã na cama que eu cobria com vel pra não ser comida pelos pernilongos à noite, e de como foi difícil me acostumar a não ter esse mimo quando voltei a morar com a mamãe. Divaguei sobre a gente observando as estrelas no céu e nomeando elas na cadeira de balanço enquanto você ouvia Roberto Carlos na TV, e obviamente, tive uma fotografia nítida de quando tomávamos água de coco escondidas igual duas crianças e depois jogávamos a prova do crime bem longe, e eu era uma criança, e você se tornava uma dentro do nosso universo incrível. A mamãe vivia me dizendo também que não entendia a paciência que você tinha comigo, porque era algo que não teve com nenhum filho. Sabe... Às vezes eu esqueço os motivos de você ainda dizer "você é a minha favorita", porque parece que o tempo passou e eu te decepcionei de tantas formas que nem da pra acreditar que essas palavras ainda sejam verdadeiras e não mera força do hábito, mas hoje enquanto eu olhava aquela sua gargalhada gostosa eu pude reparar que não tem espaço ou tempo que faça nossa conexão ir embora. Só escrevi pra dizer que eu te amo muito e que você também é uma das minhas pessoas favoritas do mundo.

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