"O egoísmo humano é uma coisa estranha: a dor que dói é a minha e a dos outros é manha."
terça-feira, 28 de junho de 2016
Conhecer.
Hoje eu me lembrei da época em que te via como uma menina perdida que precisava de salvação. Você não é. E o que mais me doeu foi pensar como eu nunca vou conseguir te acompanhar. Você diz que ama suco de laranja, depois odeia. Você diz que ama sol, depois reclama. Você diz que ama vinho, depois trocaria um dos mais caros por uma lata de cerveja. Você nem ao menos seria capaz de entender o que esse texto significa, você é mecanicista, mesmo que se fascinasse com as coisas que eu dizia e insistisse em dizer que eu sabia sobre as filosofias da vida. Vou simplificar: Você não está perdida, é que pra você não importa o que aconteça, desde que as consequências não te atinjam. Você não se importa se a mentira existe, desde que seja você a mentirosa. Hoje eu me lembrei também da época em que eu queria ser um pouco mais como você. Não quero ser. Eu quero saber pra onde vou, mesmo que no meio do caminho os traços sejam mudados. Não tem que doer por não conseguir te acompanhar, você nem mesmo percebe quem é. E isso é o mais triste, pode acreditar.
sexta-feira, 24 de junho de 2016
Profundidade.
Eu sempre defendi essa ideia de que tudo em excesso é ruim, mas na realidade nunca consegui colocar essa ideia em prática. Não consigo ser rasa, e tento achar profundidade em tudo, inclusive em coisas que é APENAS aquilo, e não tem nada além. Às vezes as coisas só são o que são, não tem nada de filosófico ou um fundo de coisa bonita. Tem coisa que não é pra ser restaurada. Tem coisa que não é feita pra ser entendida. Tenho a mania de me infiltrar nos "eu's" das pessoas e tentar entender as coisas boas que elas tem, mas no final das contas nós somos as atitudes que temos, nem sempre da pra viver de idealização, vontades e sentimentos. Somos o que sentimentos? Eu termino esse texto por aquilo. Minha cabeça gira.
sábado, 18 de junho de 2016
Transfor-amar.
Tem momentos que falamos tanto "chega" e voltamos atrás que se torna algo automático, paramos de olhar e avaliar se algo ainda faz sentido. Esses dias parei para fazer isso e vi que mesmo você sendo a pessoa que trouxe a paz que eu nunca havia experimentado, também trouxe a raiva, dor, mau humor, crises e (muitas vezes) baixa auto estima. Quero que você saiba algo na qual nunca falei diretamente pra você: Eu te amo. E isso não morre, pode apenas se transformar. Claro que não posso mentir ao dizer que ainda não tinha mil planos para nós, idas e voltas na lua, mil risos sem espaços pra dor, mas é... Não vai dar. Não mais. Sei que toda vez que tocar nossa música você vai lembrar daquele tempo, do seu melhor aniversário, das bolinhas de pingue pongue perdidas, das aventuras e descobertas de lugares nos quais ninguém (ou quase) vai. Muita coisa acontece, muita coisa muda e se transforma. Sempre vou me lembrar de você, e sei que você irá de mim e isso me faz pensar que devo ter feito algo certo.
sábado, 11 de junho de 2016
Você não conhece as pessoas, você conhece a parte que elas permitem.
É injusto que eu queira cobrar de você coisas que nem eu faço, é só olhar pro meu eu interior e ver o quão confusa sou e as atitudes que tomo. Mas durante meus vinte anos você era minha única certeza. A gente nunca conhece ninguém completamente, não sei porque ainda tinha essa ilusão. Justo eu que sempre faço as pessoas idealizarem coisas que eu, de fato, não sou. Logo eu que deixo uma pessoa em dez milhões me conhecer, logo eu que observo detalhes que ninguém vê. Você é a pessoa que eu mais amo, não suporto a ideia de vê-la infeliz. Meu mundo caiu... E não tem nada que o faça levantar dessa vez.
domingo, 5 de junho de 2016
As terças podem se inverter.
Não pense que te culpo se só penso em ti
Faça o que quiser agora
Mas não me deixe de fora dos planos
Não diga que é certa só porque errei
Se erras tanto quanto eu
Tentando acertar
Tentando consertar teus enganos
Por que você não espera lá fora?
Enquanto eu arrumo a casa mais uma vez
Pra você desarrumar
O que você quer eu tenho nas mãos
Nas cordas de aço no braço do violão
Que não para de chorar
Se a vida é um sonho como outro qualquer
Qual de nós está sonhando?
Quem vai acordar gritando
Quando amanhecer?
Não viva assim, pensando que é maior que eu
Só por que o que sente é menor
Os acordes podem mudar
As terças podem se inverter
Por que você não me espera lá fora?
Enquanto eu arrumo a casa mais uma vez
Pra você desarrumar
Se o que você quer eu tenho nas mãos
Nas cordas de aço no braço do violão
Que não para de chorar
Não viva assim, pensando que é maior que eu
Se o que sente é menor
As terças hão de se inverter
Faça o que quiser agora
Mas não me deixe de fora dos planos
Não diga que é certa só porque errei
Se erras tanto quanto eu
Tentando acertar
Tentando consertar teus enganos
Por que você não espera lá fora?
Enquanto eu arrumo a casa mais uma vez
Pra você desarrumar
O que você quer eu tenho nas mãos
Nas cordas de aço no braço do violão
Que não para de chorar
Se a vida é um sonho como outro qualquer
Qual de nós está sonhando?
Quem vai acordar gritando
Quando amanhecer?
Não viva assim, pensando que é maior que eu
Só por que o que sente é menor
Os acordes podem mudar
As terças podem se inverter
Por que você não me espera lá fora?
Enquanto eu arrumo a casa mais uma vez
Pra você desarrumar
Se o que você quer eu tenho nas mãos
Nas cordas de aço no braço do violão
Que não para de chorar
Não viva assim, pensando que é maior que eu
Se o que sente é menor
As terças hão de se inverter
terça-feira, 31 de maio de 2016
Caminho.
No decorrer da viagem, Alice encontra muitos caminhos que seguíam em várias direções. Em dado momento, ela perguntou a um gato sentado numa árvore:
- Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui?
- Isso depende muito de para onde queres ir - respondeu o gato.
- Eu não sei.
O gato, então, respondeu sabiamente: - Sendo assim, qualquer caminho serve.
- Podes dizer-me, por favor, que caminho devo seguir para sair daqui?
- Isso depende muito de para onde queres ir - respondeu o gato.
- Eu não sei.
O gato, então, respondeu sabiamente: - Sendo assim, qualquer caminho serve.
sexta-feira, 20 de maio de 2016
Dia de chuva.
Hoje eu acordei, mais uma vez, ignorando minha intuição que sempre fala muito bem quando tudo estará prestes a desmoronar novamente. A gente não entende que nada vai mudar, nem tão pouco passar. A gente não entende que é necessário arder bem fundo, na carne vive, pra que a cura venha. Nunca acreditei em pedidos as estrelas, nunca acreditei em felicidade, mas às vezes em meio ao êxtase até chego a pensar que ela veio pra ficar, e em meio ao desespero (como desse fim de tarde chuvoso) eu até mesmo acredito no poder dos pedidos ao céu preto com todos aqueles brilhos. Grande ilusão, afinal. Hoje nem ao menos isso tenho pra me agarrar. Saiba que nenhuma promessa é real, nem aquelas que nunca foram proferidas. Nem mesmo a previsibilidade me conforta, eu só queria que essas tempestades passassem.
segunda-feira, 9 de maio de 2016
Campainha.
Ontem era cinco da manhã quando tocaram a campainha, levei um susto tão grande e logo me veio você em mente. "Quem é?" "O amor da sua vida". Abri a porta e lá estava você, bêbada, molhada pela chuva, me deu um abraço apertado e gelado em meio as desculpas. Sempre me vejo se infiltrando no seu eu que você sempre se esforça muito pra esconder. Me sinto insuficiente demais por nada poder mudar, por você cotidianamente esse fardo do seu ser carregar. Vejo você gritar, lamentar, sonhar, suspirar e respirar (mais uma vez) puramente paz. E logo mais voltando pra tristeza de tudo ver e nada dizer, de tudo fazer e nada conseguir pedir. Queria ser teu grito, mesmo que nem por mim mesma saiba isso fazer. Queria ser teu guia, mesmo que nem consiga me conduzir. E ao meio de tudo isso me sinto protegida como nunca antes. Às vezes parece leve como neblina "Você não pode me tirar da sua vida, ninguém te faz rir assim". Voltou pra casa e, mais uma vez, me sinto saturada de suplicar pra tudo isso mudar, mas nada vai.
Crescer.
Sempre me pergunto se um dia vou deixar muita coisa pra trás quando crescer, sem querer. A gente tem tantos sonhos e vontades e quando nos tornamos adultos a cotidianiedade engole tudo isso. Não sou fã de gente normal. Lembro de me apaixonar pela minha professora de política social desde a primeira aula, mesmo com todo mundo fazendo cara feia por ela dizer uns absurdos aos olhos de muitos. Os meus sempre brilham quando conheço adultos que continuam tendo força e fazendo da vida uma aventura que deve ser saboreada e não um roteiro de meras obrigações e normas a se cumprir.
terça-feira, 3 de maio de 2016
eu não sei lidar.
Dias atrás estava entrando dentro do shopping quando um hippie que vendia colares começou a gritar bem alto para que eu parasse, toda sorridente prontamente fiz até que ele começou a contar histórias sobre a sua vida. Senti um abismo tão grande entre a realidade que ele viveu e na qual vivo e não pude deixar de pensar (de uma maneira bem egoísta assim mesmo), entre todas as coisas que ele me disse o porque de algumas pessoas serem tão fortes diante de situações infinitamente maiores, enquanto algumas desabam com tão pouco, o porque alguém ainda consegue ver lado bom em algo que o outro provavelmente nunca veria. A forma como as pessoas enxergam e lidam com as coisas são extremamente diferentes, e a forma como nos construímos a partir disso também, mas é exaustivo. Tem horas que me pergunto porque dói tanto não conseguir lidar com os poucos obstáculos que tenho, por não conseguir me recompor facilmente por dentro e tudo que gostaria era de ser um pouco menos bagunçada.
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