segunda-feira, 9 de maio de 2016

Campainha.

Ontem era cinco da manhã quando tocaram a campainha, levei um susto tão grande e logo me veio você em mente. "Quem é?" "O amor da sua vida". Abri a porta e lá estava você, bêbada, molhada pela chuva, me deu um abraço apertado e gelado em meio as desculpas. Sempre me vejo se infiltrando no seu eu que você sempre se esforça muito pra esconder. Me sinto insuficiente demais por nada poder mudar, por você cotidianamente esse fardo do seu ser carregar. Vejo você gritar, lamentar, sonhar, suspirar e respirar (mais uma vez) puramente paz. E logo mais voltando pra tristeza de tudo ver e nada dizer, de tudo fazer e nada conseguir pedir. Queria ser teu grito, mesmo que nem por mim mesma saiba isso fazer. Queria ser teu guia, mesmo que nem consiga me conduzir. E ao meio de tudo isso me sinto protegida como nunca antes. Às vezes parece leve como neblina "Você não pode me tirar da sua vida, ninguém te faz rir assim". Voltou pra casa e, mais uma vez, me sinto saturada de suplicar pra tudo isso mudar, mas nada vai.

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