segunda-feira, 4 de outubro de 2010

ser menos.

Minhas paixões são ardentes. Minhas dores de cotovelo, de querer morrer. Louca do tipo desvairada. Briguenta de tô de mal pra sempre. Durmo treze horas seguidas. Meus amigos são semi-irmãos, meus amores são sempre eternos e meus dramas, mexicanos! Preciso aprender a ser menos. Menos intensa. Menos exagerada. Alguém já desejou isso na vida: ser menos? Pois é. Estranho. Mas eu preciso. Nesse minuto, nesse segundo, por favor, me bloqueie o coração, me cale o pensamento, me dê uma droga forte para tranqüilizar a alma. Eu preciso diminuir o ritmo, abaixar o volume, andar na velocidade permitida, não atropelar quem chega, não tropeçar em mim mesma. Eu preciso respirar. Me aperte o pause, me deixe em stand by, eu não dou conta do meu coração que quer muito. Eu preciso desatar o nó. Eu preciso sentir menos, sonhar menos, amar menos, sofrer menos ainda. Aonde está a placa de pare bem no meio da minha frase? Confesso: eu não consigo. Nada em mim pára, nada em mim é morno, nada é pouco, não existe sinal vermelho no meu caminho que se abre, me chama e eu vou com o coração na mochila, o lápis borrado, o sorriso e a dúvida, a coragem e o medo, mas vou. Existe aí algum remedinho para não-sentir? (...) Quer saber? Existe. Existe e eu preciso. Preciso e não quero.

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