Ainda vamos continuar rodando os postos do centro da cidade pra achar bebida mais barata. Ainda vamos ficar falando horas sobre assuntos diversos e rindo sem parar numa mesinha aleatória enquanto diversos carros estão passando, e trocaremos ideias com um catador de latinha ou fumaremos um com os órfãos que moram numa casa de abrigo perto do aeroporto. Ainda iremos comer cachorro quente e você irá pedir um sem salsicha e depois querer brigar porque não se lembra. Ainda vamos chegar cinco horas da manhã numa feira e pedir pastel de camarão, que não tem camarão nenhum. Iremos apertar frutas e procurar alguma barraca de pamonha com queijo. Ainda vamos ficar vendo a vista da cidade em cima de terraços e ficar cantando músicas aleatórias fumando e bebendo um vinho.
"O egoísmo humano é uma coisa estranha: a dor que dói é a minha e a dos outros é manha."
quarta-feira, 21 de dezembro de 2016
Tá tudo bem.
Nunca pensei que fosse chegar o dia em que eu ia entender que a gente realmente não tem culpa do que sente. Que não, a gente não tem o controle do que sente. Nunca pensei que fosse chegar o dia em que ia compreender que amar é dar os melhores conselhos possíveis para alguém solucionar um problema, mas ter consciência de que à vida é do outro e que só ele, ninguém além dele, sabe o que o leva à isso. O que pode fazer de melhor para lidar com algum assunto. Às vezes as pessoas querem muito escolher algo, mas não podem, ou não conseguem. Não podemos nos descabelar tentando fazer com que elas consigam porque, olha só, de verdade é difícil até pra gente. Logo eu que considero todo esse lance de "vivência" uma puta falácia pós-moderna, hoje entendi através dela que não devemos nos punir tanto e nem aos outros por coisas que não são iguais às fórmulas e teorias científicas. Quero agradecer, porque 2016 me proporcionou compreensões incompreensíveis, me fez entender que às vezes às respostas são mais nas entrelinhas e nem sempre racionais. E tudo bem não ser só racional. Tudo bem se expôr ao ridículo. Tudo bem falar do que sente. Tudo bem perder a pose, o luxo, a sensatez, pelo menos uma vez. Tá tudo bem, de verdade. Nem sempre a coerência te leva ao que você é.
quinta-feira, 15 de dezembro de 2016
13/12/2016 - Brasília - DF
Quando eu tinha 14 anos um dos meus maiores sonhos era ir pra Brasília, lembro que sempre cantava aleatoriamente aquela parte de Faroeste Caboclo que dizia que nesse país lugar melhor não há, e decorei a música inteira assim como Julho de 83 onde dizíamos que nossa adolescência era vazia e não éramos compreendidas por ninguém. Você foi a responsável por esse blog ter continuado existido numa terminada época, ou melhor, você foi a responsável para eu não ter enlouquecido. Você que me fez entender que tá tudo bem ser assim, do jeito que eu sou, e que definitivamente eu não era a única do mundo que enxergava detalhes que quase mais ninguém vê. Você que me fez ficar ainda mais obcecada nesse lance de ler pessoas, mas me fez entender também que a nossa interpretação pode ser muito falha. Você que me ensinou o jogo do contente, porém que explodir às vezes é necessário. Você foi a responsável para eu entender que amor não tem a ver com reciprocidade. Você foi a primeira pessoa que me fez questionar a falácia de bem e mal absolutos. Seis anos esperando por esse momento, o que eu nunca imaginei depois de tantas águas passadas é que esse dia chegaria assim, de uma hora pra outra, sem nem mesmo planejamento. Cedo ou tarde a gente iria se encontrar, com você ali na minha frente a certeza que tive é que não, nunca foi tarde e nem nunca será. Te amo infinito ♥
sábado, 3 de dezembro de 2016
Dias escuros.
Tem dias em que eu gostaria de poder gritar bem alto pra fazer metáfora sobre tudo dentro de mim sair pra fora. Tem dias que queria que alguém me abraçasse bem forte enquanto choro um oceano sem questionamentos, suposições, que faça silêncio e que se eu sentir a necessidade de falar algo que não haja a obrigação de conexão, pois tem dias em que se fazer coeso é algo exaustivo demais. Tem dias que eu paro pra pensar sobre as coisas ruins do mundo, a incerteza sobre ele e às pessoas (me incluindo) e me sinto completamente avulsa. Tem dias que me sinto péssima por não conseguir mudar coisas que odeio até em mim mesma. Tem dias que me sinto péssima por não conseguir mudar como me sinto, porque não é possível se sentir dessa forma tantas vezes em um curto prazo de trinta dias de um mês. Tem dias que me sinto patética por todas as pessoas que tocaram a minha vida de forma profunda ter mais importância na minha história do que eu na delas. Tem dias que choro desesperadamente por não conseguir consertar coisas que não dependem de mim. Tem dias que choro desesperadamente por não conseguir mudar nem o que depende de mim. Tem dias que choro bem baixinho no travesseiro porque não quero que ninguém me ouça, nem que me diga o que tem que ser feito, muito menos que não devo e nem tenho motivos pra me sentir assim. Tem dias que não consigo parar e não quero que ninguém me diga que sim.
sexta-feira, 25 de novembro de 2016
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De tudo o que o vento traz
Quase tudo a gente varre
Folhas secas, palha e pó
Incerteza, medo e fome
As delícias de um verão
As lembranças de uma tarde
O que vai determinar
O que a mente guarda ou descarta?
sexta-feira, 18 de novembro de 2016
L;
Se pudesse te pedir algo diria pra você viver sem medo de ser feliz, mesmo que eu com essa minha mania de controle diversas vezes esqueça isso. Pediria pra você não se preocupar tanto assim com o que falam, que eles não conhecem seu cotidiano e nem suas batalhas de verdade (mesmo que acreditem muito que sim), porém sei também o quanto é insuportável ver alguém falando sobre algo com tamanha propriedade sem saber, na realidade, de nada. Diria pra você ser menos sensível e rebater qualquer coisinha, mas sou exatamente assim como você e entendo que não é escolha, é simplesmente ser.
terça-feira, 15 de novembro de 2016
segunda-feira, 7 de novembro de 2016
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