domingo, 6 de novembro de 2016

Família Ocupa!



Uma experiência que vou levar para todo sempre. OBRIGADA, por tudo!


O tempo nem sempre é gentil.

Nessa sexta-feira deitei no banco do terraço de uma ocupação, depois da barriga ter doído muito em uma corrida de pega pega com duas garotas que conheci subitamente. Enquanto estive deitada ali, com aquela brisa suave, estrelas, prédios com luzes ascendendo e desligando o tempo inteiro, e uma lua maravilhosa não pude parar de pensar em você. É horroroso o quanto não consigo escrever sobre quase nada mais. Mas o que me deixou mais triste foi parar pra pensar que, meu ano, não se resumiu em você mesmo que eu jurasse que sim. Parei pra pensar nesses últimos dias onde finalmente falamos coisas que nunca tínhamos falado uma para a outra. Parei para observar que mesmo meu sentimento por você hoje ser ainda maior do que naquela época em que íamos comer cachorro quente na chuva, jogar bolinhas de pingue pongue e depois deitar rindo, conversando por horas e fazendo amor, ele também está carregado de uma coisa que me fez te perder pra sempre: O conhecer. E para além disso, durante todo esse ano com nossa história conturbada tive a oportunidade de viver, conhecer lugares, histórias e pessoas que mesmo que quisesse que tivesse sua companhia, de forma concreta, não teve e nós trilhamos caminhos diferentes mesmo que nossos sentimentos se encontrem. Parei pra analisar que tenho muito o que agradecer, que mesmo apesar de você e dos problemas psicológicos que passei esse ano, ele foi sim incrível, em que cresci de formas tão inimagináveis e criei milhares de momentos que vou guardar pra sempre, e olha só, eu não precisei tão desesperadamente de você pra isso tanto quanto meu cérebro vive tentando me dizer. Naquele milésimo de segundo não pude deixar de entender que nosso tempo passou, ou melhor, nem sequer começou simplesmente porque não pode, não deu, e nem dará. Nunca. O tempo nem sempre é gentil, ou ele é e a gente nem sequer valoriza isso.

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

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"Eu te amo", "Você é tudo que sempre quis" e "Nada vai mudar" deveriam ser frases que não poderiam caminhar juntas.

quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Cartas para Camila.

Queria que você pudesse ler essa carta com atenção, mesmo que pareça um bilhete perto de tudo que gostaria de te dizer. A compreensão não é aceitação, tão pouco fechar à porta pra quem realmente somos. Queria dizer também que devemos estar sempre atentos aos nossos próprios erros, para não achar que só o outro erra. Gostaria que você entendesse que amar requer algo bem maior do que reciprocidade de forma singular, e que de qualquer forma, você era amada demais. Não devemos desistir de quem nos ama quando à amamos também só porque existe "destino"s e "acaso"s que contribuem pra isso. Quando se ama alguém não se deve desistir tão facilmente só porque essa pessoa possui milhares de medos e inseguranças, é preciso lutar muito mais. É preciso ir até as últimas consequências para depois ter a plena certeza de que a culpa também não seja, um tanto, sua. Veja só, desistir de quem se ama só porque essa pessoa não consegue se desvincilhar dos seus demônios é ser tão medrosa quanto. Se pudesse gritaria em seus ouvidos por tempos indetermináveis, mesmo que no fundo eu saiba que você está despedaçada demais para entender, que não se usa do amor mais genuíno de alguém para tampar seus próprios buracos. Assim como sua vida foi sentenciada por medos de alguém, você não permitiu que outra pessoa pudesse ser tão amado como amou você, por medo. A culpa não é só dos outros, das circunstâncias, dos acasos, ou do destino... Porque veja só, ele não existe. Ele é apenas uma desculpa para covardes, e não é só os outros que são covardes. Você também é. E chegou a hora de admitir. 

Time after Time.


terça-feira, 18 de outubro de 2016

Barquinho de Papel

Não sinto tua falta
Não sinto falta
Do teu cheiro de perfume importado
Que se portou de mim
Não sinto falta do teu olho repuxado
Nem do teu beijo gosto de dente
Que morde coração envenenado
Eu não sinto tua falta
Não sinto
Nem lembro de você
Nem da tua respiração ofegante
Eu não sinto falta
Eu sinto ânsia
Distância
Do teu signo preto
Do teu silêncio-grito
Sinto ânsia e a provoco
Enfio meus dez dedos na garganta
Pra ver se vomito o teu ser
Da minha alma

Quando eu te deixar
Vou levar papel em branco
Espalhar por cada canto um barco de papel

Eu tô perdida num mar de ondas suas
E remo sem destino esse barco de papel



Anavitória (Poema de Lucas Veiga)

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Anavitória - Agora Eu Quero Ir

A mudança é ruim?

A grande contradição da minha vida é a palavra mudança, pois ao mesmo tempo em que ela me amedronta à ponto de me tirar o ar em algumas noites, ela também sempre foi o meu impulso na vida, desde muito nova gostei de tomar atitudes que me tirassem da zona de conforto, mesmo que tenha tido um vendaval no meio de tudo isso que me fez só querer ficar quietinha por uns tempos sem nem mesmo colocar mais pessoas na minha vida. Hoje eu percebo que o meu problema com a palavra mudança não está ligado a muita coisa além de pessoas que mergulham no nosso eu interior, para depois nos atingirem firmemente com dores ou partidas, levando consigo os nossos segredos que, duramente, abrimos para um outro eu. Como alguém que é tanto pra você em um dia qualquer pode se tornar absolutamente nada? Como alguém pode fazer você sentir tanta coisa boa e depois com o tempo sentir coisas ruins? Ou até mesmo não sentir nada? O que é o tempo? Como alguém pode conhecer cada milímetro do seu eu de agora, ficar longe durante um período, e ao voltar encontrar outra pessoa? É a coisa mais terrível que o tempo faz. Já falei pra mim mesma diversas vezes que nascemos para tocarmos pessoas e deixá-las ir, mas toda vez o nó na minha garganta se faz presente, sinto como se o mundo estivesse em minhas costas e fosse explodir. Eu não odeio mudanças, porque eu sempre gostei de expandir sentimentos, pensamentos, sonhos, pontos de observações, formas de viver. Eu só odeio ver alguém que tocou sua vida não estar mais presente, ou não ser mais nada.