quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Cartas para Camila.

Queria que você pudesse ler essa carta com atenção, mesmo que pareça um bilhete perto de tudo que gostaria de te dizer. A compreensão não é aceitação, tão pouco fechar à porta pra quem realmente somos. Queria dizer também que devemos estar sempre atentos aos nossos próprios erros, para não achar que só o outro erra. Gostaria que você entendesse que amar requer algo bem maior do que reciprocidade de forma singular, e que de qualquer forma, você era amada demais. Não devemos desistir de quem nos ama quando à amamos também só porque existe "destino"s e "acaso"s que contribuem pra isso. Quando se ama alguém não se deve desistir tão facilmente só porque essa pessoa possui milhares de medos e inseguranças, é preciso lutar muito mais. É preciso ir até as últimas consequências para depois ter a plena certeza de que a culpa também não seja, um tanto, sua. Veja só, desistir de quem se ama só porque essa pessoa não consegue se desvincilhar dos seus demônios é ser tão medrosa quanto. Se pudesse gritaria em seus ouvidos por tempos indetermináveis, mesmo que no fundo eu saiba que você está despedaçada demais para entender, que não se usa do amor mais genuíno de alguém para tampar seus próprios buracos. Assim como sua vida foi sentenciada por medos de alguém, você não permitiu que outra pessoa pudesse ser tão amado como amou você, por medo. A culpa não é só dos outros, das circunstâncias, dos acasos, ou do destino... Porque veja só, ele não existe. Ele é apenas uma desculpa para covardes, e não é só os outros que são covardes. Você também é. E chegou a hora de admitir. 

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